Páginas

domingo, 4 de abril de 2010

español instrumental I

Olá, leitor,


Este texto do pensador Maquiavel abre o Español Instrumental 2010.

Tenha excelente leitura.


Mande sugestões.


Att,



Equipe Literatura Viva









EL PRINCIPE



por Nicolás Maquiavelo*







Dedicatoria



Los que desean congraciarse con un principe suelen presentársele con aquello que reputan por más precioso entre lo que poseen, o con lo que juzgan más ha de agradarle; de ahí que se vea que muchas veces le son regalados caballos, armas, telas de oro, piedras preciosas y parecidos adornos dignos de su grandeza. Deseando, pues, presentarme ante Vuestra Magnificencia con algún testimonio de mi sometimiento, no he encontrado entre lo poco que poseo nada que me sea más caro o que tanto estime como el conocimiento de las acciones de los hombres, adquirido gracias a una larga experiencia de las cosas modernas y a un incesante estudio de las antíguas. Acciones que, luego de examinar y meditar durante mucho tiempo y con gran seriedad, he encerrado en un corto volumen, que os dirijo.
vocabulario
desean - desejam
aquello - aquilo
poseen - possuem
julgan - julgam
no he encontrado - não encontrei
y - e


Y aunque juzgo esta obra indigna de Vuestra Magnificencia, no por eso confio menos en que sabréis aceptarla, considerando que no puedo haceros mejor regalo que poneros en condición de poder entender, en brevísimo tiempo, todo cuanto he aprendido en mucho años y a costa de tantos sinsabores y peligros. No he adornado ni hinchado esta obra con cláusulas interminables, ni con palabras ampulosas y magnifícas, ni con cualesquier atractivos o adornos extrínsecos, cual muchos suelen hacer con sus cosas, porque he querido, o que nada la honre, o que sólo la variedad de la materia y la gravedad del tema la hagan grata. No quiero que se mire como presunción el que un hombre de humilde cuna se atreva a examinar y criticar el gobierno de los principes. Porque así como aquellos que dibujan un paisaje se colocan en el llano para apreciar mejor los montes y los lugares altos, y para apreciar mejor el llano escalan los montes, así para conocer bien la naturaleza de los pueblos hay que ser principe, y para conocer la de los principes hay que pertenecer al pueblo.
aunque - ainda que
vuestra - vossa
no por eso confio menos - não por isso confio menos
no he adornado ni hinchado - não adornei nem enchi
dibujan un paisaje - desenham uma paisagem
hay que pertenecer al pueblo - há que pertencer ao povo.


Acoja, pues, Vuestra Magnificencia este modesto obsequio con el mismo ánimo con que yo lo hago; si lo lee y medita con atentión, descubrirá en él un vivísimo deseo mio: el de que Vuestra Magnificencia llegue a la grandeza que el destino y sus virtudes le auguran. Y si Vuestra Magnificencia, desde la cúspide de su altura, vuelve alguna vez la vista hacia este llano, comprenderá cuán inmerecidamente soporto una grande y constante malignidade de la suerte.
pues - pois
con el mismo - com o mesmo
mio - meu
llegue a la grandeza - chegue à grandeza
si - se
vuelve alguna vez la vista hacia - dirija alguma vez o olhar para




*Filósofo e político italiano. Texto em pdf usado como consulta, disponível no site http://www.interlectores.com/

crônica - ronaldo duran*






COMEDOR DE PAMONHA









Fico vendo meus filhos. Eles são tão frescos. Não comem quiabo nem jiló, não gostam de berinjela, detestam inhame, tem a que fica tonta com o simples cheiro de peixe. Na frente deles acontece um quê de indignação de minha parte. Às vezes inclusive esqueço que tive minha época de fresco em relação aos dotes culinários de minha mãe. Crise de gerações? Pode ser. Ela vivia me dizendo se tu passasses fome comeria até pedra. Eu odiava quando falava assim. Hoje me seguro para não despejar o mesmo desabafo em cima das minhas crias.






O bom é que nunca me interrogam se eu comia tudo o que me davam quando garoto. Seria forçoso admitir que, muitas vezes, eu torci o nariz para macarronada ou sopa.






Ainda no terreno dos segredos que mantenho diante deles, tem o caso interessante da pamonha. No tempo em que eu era adolescente associava o nome pamonha como pejorativo. No Rio, usávamos este adjetivo para classificar a pessoa covarde, medrosa, que tem medo de sair no braço, que não encara o sujeito que o ofende.






O adjetivo não fora inventado por mim nem por minha geração. Ouvíamos na boca dos nossos pais, avós. Sempre que não queríamos pegar pesado no palavrão, o nome pamonha vinha à mente.






Que eu me lembre minha mãe nunca pediu para que comessemos pamonha, daí eu pensar que o nome se tratava apenas de uma ofensa. Espanto maior eu tive quando em Taubaté, onde cursei Educação Física, soube que era comida. Estávamos na República, quando eu ouvi o carro com alto falante gritando olha a pamonha, gostosa, corram.






Terminada a faculdade, casei com uma veterinária, e assentamos moradia na Pindamonhangaba. Os anos passaram. Chegaram os três filhos. Eu nunca que imaginava provar o prato. Até que num dia, com minha filha a tira colo eu fui à feira na quinta-feira. Lá, vi o curau e a pamonha. Comprei ambos. Ela adorou o curau, e eu devorei a pamonha. É feita de milho. Fui criado à base de mingal de milho que minha avó fazia. O sabor da pamonha foi nostalgia pura. Se eu soubesse há mais tempo que era tão familiar!






Veja só, eu um comedor de pamonha. Logo eu que durante anos achava cafona, brega. Que não caía bem sequer ouvir os vendedores gritando na rua. Não sei explicar, parecia algo muito distante do meu mundo.






De uns tempos para cá fico num frisson na quarta-feira à noite... No dia seguinte, na feira, comprarei a bendita pamonha. Pode?






* Escritor, colabora em jornais brasileiros. Visito o autor no facebook.


fonte do prato: www.radio98to.com.br



educação - nelson valente*

A NOSSA LITERATURA INFANTO-JUVENIL...



A literatura infanto-juvenil tem ocupado um grande espaço nos meios de comunicação de massa, nos últimos anos, devido a fatores históricos como, por exemplo, o bicentenário de nascimento dos irmãos Grimm, o "julgamento" do Lobo Mau por tribunal de Veneza e o relançamento do desenho animado Branca de Neve e os Sete Anões, apresentado pela primeira vez há 50 anos.
Aqui no Brasil, a literatura infanto-juvenil parece ter alcançado finalmente o seu merecido lugar, com a consolidação das livrarias especializadas que, apesar do pequeno número, mostram que já temos um público definido e interessado. As vendas crescem de modo constante e expressivo.
Também o surgimento da crítica especializada, nos principais órgãos de imprensa, tem contribuído muito para desmistificar uma falsa realidade, antes lida como verdadeira - a de que a literatura infanto-juvenil era um gênero de segunda categoria.
É preciso, também, que o programa Salas de Leitura, das entidades oficiais, seja reconhecido como um dos caminhos para o incentivo à literatura infanto juvenil, para que seja ampliado. Essa foi uma das poucas oportunidades em que o governo federal, através do MEC, se preocupou com o assunto.
Se antes tínhamos que nos sujeitar à tradução de obras estrangeiras, hoje o que se vê é outra realidade. Desde que pais, professores e pedagogos passaram a se preocupar com o conteúdo dos livros dirigidos às crianças, surgiu em nosso meio editorial o que se prensou que fosse um fenômeno, um boom, mas na verdade, era o florescimento dos nossos competentes autores e ilustradores.
Foi nesse período que surgiu a chamada "corrente realista" na literatura infanto-juvenil. A preocupação moralista e também pedagógica deu lugar aos temas ligados à nossa perspectiva sociocultural. Passou-se a questionar a realidade brasileira por intermédio de um humor feito com bastante seriedade. A questão da fantasia ou realidade deixou de ser relevante, o que importava (e ainda importa) era a criança vista como um ser humano e não como um pré-adulto, ou um adulto miniaturizado.
E onde entra Monteiro Lobato, depois do surgimento dessa corrente?
Simplesmente ele é imbatível. A literatura infanto-juvenil brasileira tem nele o seu divisor de águas. Apesar de ter sido um escritor conservador para os adultos, Monteiro Lobato era modernista para as crianças. E foi o primeiro a criar a fantasia "abrasileirada", sem trenós, neves e outros elementos estranhos à nossa realidade, numa época em que o pouco que produzia era uma cópia de modelos estrangeiros.
A função social da literatura infantil ultrapassa a sua própria expectativa, pois é na infância que se forma o hábito ou gosto pela leitura.
A existência hoje de uma literatura infanto-juvenil brasileira amadurecida é um fato que merece a maior consideração.
Vivemos o mundo da eletrônica, com todas as facilidades momentâneas. A nossa literatura infanto-juvenil precisa conviver com os novos tempos. Na rádio e na TV, infelizmente, também existe uma quase total ausência de espaço para a literatura infanto-juventil. É preciso que a mídia eletrônica seja estimulada a participar desse importante processo.

* Escritor e professor universitário. Contato: nelsonvalenti@hotmail.com

poesia - alexandre mohor*

SOBRE O HOMEM

Debaixo.
Sob tudo.
Quando menos se espera.
Sobretudo quando se crê que nem há.
Surge limpo, forte e belo
o homem!
Dono absoluto de si.
Acima de regras e preconceitos.
Sobretudo acima de defeitos.
Refeitos.
Sobre tudo

*Poeta. contato: samo.Ig@oul.com.br